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sábado, 3 de setembro de 2011

Coisas que TAMBÉM poderiam viajar de trem


No Sábado 02 de Julho deste ano, uma “Super Carreta” se acidentou na AV. Washington Luiz, em São Paulo, dando um enorme trabalho aos técnicos da CET (Companhia de Engenharia de Transito) e da empresa responsável pela carreta para retirarem o transformador de cerca de 200 toneladas que bloqueou a avenida.  O problema ocorreu por que o motorista da super carreta que transportava esse transformador perdeu o controle e só parou ao atingir um muro. Como a carga é superdimensionada foi necessário uso de equipamentos de igual porte para sua remoção causando prejuízos consideráveis ao trânsito.



Fonte: http://www.vipnews.com.br

Não é de hoje que ouvimos e lemos que super carretas atravessam São Paulo com cargas variadas de peso e dimensões gigantes nem que algumas delas causam problemas de igual tamanho ao transito por motivos diversos.
Tais veículos viajam em baixa velocidade e são de manobra difícil e se sofrem algum problema podem causar gigantes transtornos ao transito das cidades.
O que muito não se lembram ou mesmo desconhecem é que em um passado não tão distante tais cargas seguiriam por via férrea não causando transtornos ao transito das cidades.
Vagão plataforma rebaixado da SOROCABANA transportando peça de grande altura. Foto: Sullivan Duarte / Divulgação Fepasa - Ferrovias Paulistas
O transporte por trilhos seria feito pelos chamados vagões especiais que são projetados para transportar cargas de dimensões elevadas ou de conteúdo especial. Esses vagões, assim como essas super carretas, possuem mais eixos que vagões comuns para suporta e distribuir o maior peso da carga além de sistemas de articulação para poderem executar as curvas.

Vagão especial Usiminas 01 de bitola métrica (1 metro). Originalmente publicado no site VFCO.

Infelizmente tal pratica deixou de ser realizada por uma série de motivos como a falta de investimentos sérios no transporte ferroviário que elevou os custos de manutenção da ferrovia baixando sua produtividade (no Brasil todo). Com isso os fretes ferroviários aumentaram e as ferrovias passaram quase que exclusivamente a transportar cargas de menor valor agregado e maior rentabilidade como minérios e produção agrícola.

Vagão para 300 toneladas de bitola larga (1,60 metros) fabricado em 1971. Arquivo de Cezar Hipólito

Após a privatização das ferrovias no fim dos anos 90 a situação começou a se inverter, mas praticamente não existe mais o transporte de tais equipamentos por meio da ferrovia no nosso país enquanto que outros países se transportam tais equipamentos como transformadores, turbinas, dutos e afins. Até fuselagens de aviões.
Existem diversos motivos para isso. Alguns são de interesse das operadoras outros são técnicos e econômicos. Mas principalmente falta de uma estrutura ferroviária capaz disso.
Alguns motivos são:
·         Gabarito da estrada de ferro incompatível com tais cargas (altura e largura em excesso que impossibilitam transitar por tuneis, trechos eletrificados ou plataformas de estações).
·         Peso por eixo elevado que a via (que muitas das ferrovias) não suportaria, bem como pontes antigas.
·         Inexistência de segregação dos trens de carga da malha de trens metropolitanos (pois a velocidade menor atrapalharia o mesmo).
·         Falta de segurança, pichadores e demais vândalos poderiam danificar a carga de alto valor agregado.
Se nossas ferrovias fossem um pouco mais evoluídas (apesar da modernização recente) talvez dependêssemos menos de usar carretas gigantes que atravancam o transito e teríamos menos transtornos no caótico trânsito das cidades brasileiras.
Fica essa imagem de uma ferrovia norte americana (a BNSF) transportando a fuselagem de um avião da Boeing. Talvez os transformadores e outras cargas vultuosas pudessem estar nos trilhos aqui também e não somente nas rodovias.

Foto de Ian Dewar/Railpictures
Luis Fernando da Silva

domingo, 7 de agosto de 2011

Saudações

Olá, primeiramente devo me apresentar a vocês.

Sou o Luis Fernando, paulista, tenho 21 anos e sou formado em ferrovias e em eletroeletrônica.

Gosto de trens desde criança quando com três anos de idade realizei uma maravilhosa e memorável,  até hoje, viajem de trem de longa distância da FEPASA que durou cerca de 9 horas. Além do trem de subúrbios que usei para chegar à estação luz.

A partir dai minha paixão e admiração por trens só cresceu me levando a estudá-los cada vez mais.
A minha intenção em escrever um blog com a temática ferroviária é um pouco antiga, mas só agora tive real disposição de assim fazer.

Aqui espero ao menos semanalmente postar matérias sobre ferrovias.

Quero expor meus pontos de vista sobre nossas ferrovias e suas realizações além de contar um pouco de sua história e principalmente de sua técnica e engenharia que me fascinam por ser simples a ponto de ser muito complexo. Farei isso por meio de textos, fotos, vídeos e desenhos.

Com o tempo haverá links para algumas postagens que se refiram a temas de maior relevâsncia.

Ninguém é obrigado a concordar com o que postarei aqui ao longo do tempo e por isso podem comentar ou me mandar um e-mail.

Agradeço a todos que por aqui passarem.

E até a primeira postagem do assunto ferroviário.


Eu junto da locomotiva V8 da antiga "Paulista". Está preservada pela ABPF/SP.